15 anos de rádio

 

Este ano chego2004 a essa marca. Parece pouco, mas muita coisa acontece em 15 anos. E (eu pelo menos sou assim) volta e meia fazemos um balanço de tudo que acontece em nossa vida. Vou aproveitar esse aniversário de carreira pra isso. Ainda faltam alguns meses para alcançar essa marca, mas vou aproveitar a inspiração e a vontade que estou de escrever isso hoje ;).

No final de 1999 eu era um sonhador que conseguiu realizar um desejo de infância, que era falar no rádio. Microfone aberto para o mundo, e mesmo estando numa rádio de pouquíssimo alcance e sem preparo nenhum, eu sentia que aquilo que eu fazia poderia de alguma forma mudar a vida das pessoas.  Nisso eu ainda acredito: nesse poder que o rádio tem de mudar o dia de qualquer pessoa, através de uma música, uma palavra de incentivo ou de uma informação importante que quem está atrás do microfone passa adiante. Graças a Deus isso já aconteceu tantas vezes comigo que ainda me permito acreditar.

Voltando à aquela época tenho que mais uma vez demonstrar gratidão por quem acreditou em mim, por quem me deu oportunidade de estar diante do microfone. Isso é muito importante: nunca deixe de ser grato a quem lhe estende a mão.  Eu tive alguém que foi o primeiro a fazer isso, mesmo sem me conhecer, sem esperar nada em troca, apenas com a intenção de ajudar alguém que começava na carreira em que ele já estava, coisa raríssima nesse meio. Ele hoje em dia é um dos meus melhores amigos. Muito obrigado Brejinho. O que você fez muito pouca gente faz nesse meio. Você merece muito mais que um parágrafo de agradecimento. Além dele tive outros amigos que me ajudaram a crescer no rádio e sou grato a cada um, só não vou citar nenhum mais para não cometer a injustiça de esquecer alguém, e tenho certeza que cada um sabe que é dele que estou falando, sempre demonstrei claramente minha gratidão.

Isso nos remete a uma realidade: nesse meio existe mais vaidade do que humildade,  mais ego do que competência. E isso é uma ilusão absurda, afinal, quem trabalha no rádio é um profissional como qualquer outro, que tem suas contas pra pagar e alguém a quem responder. Ilusão achar que o simples fato de ter um microfone aberto diante de si, o faz ser melhor que alguém. Uns ganham mais, outros menos, mas todos somos empregados apenas. E essa é uma carreira de altos e baixos, meus amigos. Hoje quem você despreza ou sacaneia pode se tornar seu chefe amanhã. Não existe ninguém “dono” de determinado horário ou programa, isso pertence à emissora e a seu dono. Falo aqui dessas coisas não por mágoa ou decepção, mas por experiência de quem convive nesse meio há quinze anos vendo de perto isso acontecer rotineiramente. E ainda bem que ainda existem pessoas que vão contra essas coisas, que são do bem e que fazem o rádio porque são competentes e preparados para isso. Essas pessoas fazem valer a pena continuar acreditando. Ainda me resta um pouco de esperança.

A verdade é que o rádio tem passado por um momento difícil, com um grande número de rádios perdendo público, e o interesse pelo veículo diminuindo. O surgimento de novas mídias e de novas maneiras de acesso à música e a informação e principalmente  as programações repetitivas e a pouca criatividade artística são algumas das causas dessa mudança. A verdade é que só vai sobreviver quem tiver a humildade de reconhecer que esse formato vigente precisa ser melhorado. Não tenho a fórmula mágica para isso, mas creio que o caminho passe por uma competência maior de quem está por trás dos projetos artísticos das emissoras e de um investimento maior em talento humano e principalmente seriedade por parte de quem detém as concessões.  Chega de comodismo. Rádio depende de talento, inspiração, transpiração e criatividade para dar certo.

Voltando aos 15 anos desse cidadão aqui, fica uma lição: nunca se considere pronto, nem insubstituível. Ouça as críticas com atenção, tentando tirar proveito delas sempre que possível e não dê valor aos elogios, eles na sua maioria não são sinceros. E se permita errar, arriscar, isso te fará crescer. E tem uma coisa muito importante: respeite a experiência de quem está a mais tempo que você no rádio, tente aprender com eles. Eu tive e tenho o privilégio de conviver e aprender com grandes profissionais. Sempre gostei de ouví-los e de observar o que fazem. Um bom locutor é primeiro um ótimo ouvinte. E isso serve para as demais funções que você venha a exercer também. Humildade não ocupa espaço. No contínuo processo de  formação de um bom profissional é essencial que ele tenha bom caráter, ética e que não acredite ser superior aos outros.  Esteja disposto a conhecer outras funções além da para qual você foi contratado. Eu mesmo já fui: locutor (estilo jovem, popular e adulto), produtor de áudio, operador, repórter, comentarista, apresentador de eventos,  flashista (locutor de externas), coordenador, programador, merchandiser… entre outras coisas nesses anos todos, e em cada função aprendi lições diferentes, muitas delas que não aprendi nos quatro anos do curso de bacharelado em Rádio e TV.  A teoria te dá a orientação, mas a prática é fundamental na construção de um bom profissional.  Eu ainda tenho muito mais a aprender.

Eu sinceramente não sei até quando seguirei trabalhando no rádio, eu amo o que faço, mas dependo de um crescimento do meio para continuar. Hoje a grande maioria dos profissionais têm que ter uma outra fonte de renda para complementar os baixos salários oferecidos pelas emissoras, salvo raras exceções. Muitas pessoas tem uma visão distorcida a respeito disso, achando que todos que estão no rádio ganham bem e que o trabalho é apenas divertido e fácil. Existem sim muitos momentos de diversão, mas só podemos aproveitá-los se formos profissionais o suficiente para que eles não atrapalhem a boa execução do nosso trabalho. E não é tão fácil quanto imaginam, as oportunidades são poucas e o caminho é longo. Principalmente para quem está começando. Nunca pegue atalhos, vivencie cada etapa saboreando as lições e se fortalecendo com as dificuldade que você encontrar na sua caminhada.

Quanto a mim, ainda sou um pouco otimista, mas bem menos do que era há quinze anos. A experiência me ensinou a ser mais cauteloso. Mesmo assim,  sou brasileiro, não desisto nunca. Obrigado pela audiência, até a próxima.

Não quero homenagens póstumas (Jones Mendes)

Não quero palavras bonitas escritas na minha lápide;
Não quero mensagens de elogio na minha página do Facebook quando não puder mais ler;
Não quero que digas que me ama, depois que tudo acabar;
Não quero que corra atrás de mim, jurando arrependimento;
Não quero nome de rua, de estádio ou de praça depois que partir.
Quero ser reconhecido pelo que sou, não pelo que fui;
Quero amor em troca de amor e não por interesse;
Não preciso ser amado por todos, mas preciso ser respeitado até por aqueles que não gostam de mim;
Necessito ser elogiado pelos atos bons e criticado pelos erros que cometo. Mesmo os que sejam tentando acertar;
Não posso passar a vida inteira esperando pelo reconhecimento póstumo;
Quero que me digas o que pensas aqui e agora. Estou preparado para o seu não, mas não estou pronto para o seu talvez;
Não quero com isso ganhar reconhecimento, mas evitar cometer julgamentos injustos.

* Jones Mendes é radialista, locutor da Nativa FM de São Paulo. 

27 DICAS DE COMO ESCREVER BEM (extraído da internet)

(É longo, mas interessante de ler…)

1. Vc. deve evitar abrev., etc. 

2. Desnecessário faz-se empregar estilo de escrita demasiadamente rebuscado, segundo deve ser do conhecimento inexorável dos copidesques. Tal prática advém de esmero excessivo que beira o exibicionismo narcisístico.

3. Anule aliterações altamente abusivas.

4. “não esqueça das maiúsculas”, como já dizia dona loreta, minha professora lá no colégio alexandre de gusmão, no ipiranga.

5. Evite lugares-comuns assim como o diabo foge da cruz.

6. O uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário.

7. Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in.

8. Chute o balde no emprego de gíria, mesmo que sejam maneiras, tá ligado?

9. Palavras de baixo calão podem transformar seu texto numa *****.

10. Nunca generalize: generalizar, em todas as situações, sempre é um erro.

11. Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra repetida.

12. Não abuse das citações. Como costuma dizer meu amigo: “Quem cita os outros não tem idéias próprias”.

13. Frases incompletas podem causar

14. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes; isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez. Em outras palavras, não fique repetindo a mesma ideia.

15. Seja mais ou menos específico.

16. Frases com apenas uma palavra? Jamais!

17. A voz passiva deve ser evitada.

18. Use a pontuação corretamente o ponto e a virgula especialmente será que ninguém sabe mais usar o sinal de interrogação

19. Quem precisa de perguntas retóricas?

20. Conforme recomenda a A.G.O.P, nunca use siglas desconhecidas.

21. Exagerar é cem bilhões de vezes pior do que a moderação.

22. Evite mesóclises. Repita comigo: “mesóclises: evitá-las-ei!”

23. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.

24. Não abuse das exclamações! Nunca! Seu texto fica horrível!

25. Evite frases exageradamente longas, pois estas dificultam a compreensão da ideia contida nelas, e, concomitantemente, por conterem mais de uma ideia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçando, desta forma, o pobre leitor a separá-la em seus componentes diversos, de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas.

26. Kuidado com a hortografia, para não estrupar a língüa portuguêza.

27. Seja incisivo e coerente, ou não.

*Observação: a dica 17 não vale para textos técnicos.

 

Vidas interrompidas

Há alguns dias assisti no youtube a um Globo Repórter de 1996 contando a história do grupo Mamonas Assassinas.  Isso me fez perceber que Deus nos põe diante de certos exemplos que, se bem aproveitados, podem mudar a nossa vida. Em algumas situações não se aplica o termo “vidas interrompidas”, por que determinadas pessoas vivem apenas o suficiente para servirem a um propósito. Isso está além de nossa compreensão humana.

Os Mamonas  representavam a alegria,  com suas músicas sempre bem humoradas, com duplo sentido , e ao mesmo tempo com uma pureza infantil que contaminava a todos que assistiam os seus shows ou ouviam suas músicas. O vocalista  Dinho era a felicidade e a alegria em pessoa, uma criança grande brincando de fazer música, e, em todos os momentos, seja no palco ou fora dele estava sempre distribuindo e conquistando. Mas num determinado show na sua terra natal, ele parou a música, sentou-se no palco e espontaneamente, começou a falar às milhares de pessoas presentes de como era possível realizarem seus sonhos, por que ele e seus amigos tentaram inúmeras vezes apresentar-se naquele espaço, e naquele dia, depois de serem conhecidos por todo o Brasil, eles haviam conseguido. Esse vídeo está no youtube, assista quando puder, vale a pena. Os Mamonas levaram junto com eles aquela pureza infantil e deixaram o exemplo de que tudo é possível à aquele que acredita e, esse legado era a missão daqueles rapazes.

Quero aqui falar de outro grande brasileiro, nos deu momentos de muita alegria justamente quando nosso país passava por muitas dificuldades e crises que atingiam a maior parte da população. Era um obstinado, um lutador, um homem que acreditava em seus valores, que ignorava seus limites, e que foi muitas vezes criticado por acreditar fervorosamente no poder de Deus na sua vida. Chegou a ser acusado de que sua fé o tornaria um homem perigoso, tamanha a confiança que ele tinha em Deus. Esse homem se revoltava com a politicagem no seu meio, não tinha medo de se impor e de se expressar mesmo diante daqueles que se achavam donos da verdade. Foi injustiçado, humilhado, colocado de lado e deu a volta por cima. Enfrentou o “sistema” e venceu.  Foi e é admirado até hoje. Era vigoroso, mas nunca deixou de ser humilde e de se preocupar com aqueles que o cercavam.  Lembro que no dia de sua morte, chorei muito junto com a minha irmã, embora ainda não entendesse plenamente que ele realmente era. Esse homem era um campeão. No esporte e na vida. E encerrou seu ciclo na sua posição merecida. Mesmo quando tudo ia contra ele, jamais desistira, pelo contrário, seguia ainda com mais vontade de vencer. E venceu.   Seu legado pode ser visto até hoje, pois já propiciou desde 1994 grandes oportunidades de aprendizado a mais de 12 milhões de brasileiros , através do Instituto Airton Senna. Interessante notar que ele não viu esse nosso país mais estável em que vivemos hoje. Ele foi a alegria de um Brasil extremamente pobre e esquecido que ficou no passado, graças a Deus.  Aprendi muito com um documentário que leva o seu nome, que assisti recentemente e recomendo. Um grande abraço, e nunca se esqueça de aprender com os bons exemplos, e se possível torne-se um deles ainda em vida. Obrigado pela audiência. Até a próxima.

Eu e o rádio

ZilomagHoje quero dividir com você um pouco da minha história com esse grande veículo que eu amo tanto, o rádio. Se você tiver paciência pra ler, claro, te agradeço pela consideração.

Eu sempre, desde criança, fui um apaixonado pelo rádio. Era ouvinte diário de alguns de seus grandes nomes, através de um rádio Zilomag à pilha que meu pai tinha na chácara onde fui criado. A memória daquele aparelho ainda é muito real na minha mente. Tinha aquela faixa enorme, AM, OC e OT, que pegava as rádios de Campo Grande e também algumas das AM’s mais potentes do Brasil, principalmente à noite, na época que a luz elétrica ainda não havia chegado a nossa região. Nas madrugadas em que acompanhava meu pai ao mangueiro para tirar leite (na verdade soltar e amarrar os bezerros, já que sempre fui ruim de ordenha…) também ouvia grandes nomes como Zé Bétio, Eli Corrêa, entre outros que não me recordo agora.  Ouvíamos muito a Rádio Cultura AM e a Rádio Educação Rural de Campo Grande também. Quando criança, ali pelos 7, 8 anos pedia para meu pai me levar às emissoras pra conhecer os donos das vozes que saíam de nosso rádio. Meu pai também sempre foi um entusiasta desse mundo e tinha amizade com alguns dos locutores da nossa cidade. Conheci grandes profissionais do microfone de MS como: Ramão Achucarro, Juca Ganso – um dos responsáveis por eu escolher essa profissão,o polêmico Scaramuça – que foi brutalmente assassinado numa padaria, Compadre Oliveira e o inesquecível Zé do Brejo, ainda na minha infância. Lembro de ouvir muito os programas: A Hora do Fazendeiro, Amanhecer no Sertão, Entardecer no Sertão, Alto Astral, entre outros.

O tempo foi passando e eu continuei um ouvinte empolgado com o rádio. Conheci então o rádio FM, com toda sua qualidade. Eu ouvia todos os dias, e até tentava imitar os locutores nas minhas brincadeiras. A adolescência veio, eu me mudei para a cidade para estudar, já que na chácara só havia aulas até a quarta série, mas o rádio me acompanhou nessa mudança. Dessa época me lembro de ouvir o Éder Mosciaro, Vilsinho Rodrigues, Reinaldo Ayala, Aspézio, Doni Merlote, entre outros.

Quando terminei o ensino médio (na minha época era segundo grau, mas vá lá) eu já sonhava com o rádio, mas era algo utópico, como um sonho inalcançável. Dessa época, já na segunda metade dos anos 90, ouvia o Miltinho Viana, Zappa – outro grande responsável por eu estar no rádio, Jujú, Sidney Correa,Ricardo Scaff e mais alguns. Prestei o concurso e fui trabalhar como recenseador do IBGE, e uma das pessoas que fui entrevistar para o Censo, foi justamente o Sr. Carlos Achucarro, o Juca Ganso. Ele se lembrou do meu pai e de mim, e conversamos muito sobre o rádio. Aprendi muito naquele dia. Foi uma aula de humildade e amor à profissão. Tempos depois, cheguei a voltar para trabalhar na fazenda, fui até registrado como trabalhador rural, mas sempre arrumava um jeito de levar o rádio junto pro trabalho.

Quando voltei para trabalhar e estudar na cidade, o destino começou a me aproximar do meu sonho. Eu trabalhava de entregador de gás durante o dia e fazia cursinho pré-vestibular à noite, mesmo sem saber pra que faculdade iria prestar vestibular. Como eu já ligava para o locutor Zappa todo dia, ele me convidou para conhecer a rádio em que ele apresentava um programa  matinal, a 94 FM. Lembro-me como hoje dessa experiência: quando eu cheguei na rádio era antes das 6 da manhã, o segurança disse que o Zappa havia informado que eu viria e me indicou o caminho até o estúdio. Ao entrar no estúdio do ar ele estava falando, e disparando seus efeitos característicos no aparelho de MD, eu senti uma emoção única ao ver tudo aquilo. Lembro de falar com ele do meu interesse e dele me orientar durante mais de uma hora do que era aquele trabalho, aquela profissão. Ali eu decidi que eu iria cursar Rádio e Tv, curso em que me formei bacharel em 2003. Conversando com um amigo sobre essa experiência, ele se lembrou que conhecia um locutor, Julio Marcos, o Brejinho, filho do saudoso Zé do Brejo e que falaria sobre mim para ele.

Muito me surpreendeu quando pouco mais de um mês depois o Brejinho me ligou me indicando uma oportunidade numa rádio Comunitária perto de onde eu morava. Devo muito ao Brejinho, por que ele foi o único a acreditar em mim naquela época. Além daquela indicação, ele ainda me indicou para uma rádio Comunitária mais estruturada, e depois trabalhamos juntos em outra, até que ele foi o responsável pela minha ida para a Rádio Educação Rural AM, onde fiz parte da equipe de esportes como plantonista, repórter e apresentador do programa da equipe Bola na rede. Deus abençoe sempre o Brejinho, meu padrinho e grande amigo. Na Educação Rural tive o privilégio de trabalhar com grandes nomes como o próprio Brejinho, Agnaldo Cardoso,  Juca Ganso (pois é, Deus é bom e me permitiu trocar horário com ele algumas vezes), Mário Mendonça – grande narrador esportivo, Serpa Marques, Amauri Ponciano, Wilson de Aquino, Carlos Araújo, Piazza, Gilson Aguilar, Ramão Cabreira, e mais alguns que peço desculpas por ter esquecido.

Da Rural migrei com parte da equipe para a CBN Pantanal, e continuei nos esportes, vivendo várias coberturas marcantes na minha memória. Nessa época conheci o Rezende Júnior, a quem devo muito da minha carreira, pois foi ele que me ensinou grande parte do que sei da locução em FM, além de trabalhar com ele na POP SAT, uma espécie de rádio via satélite que ele encabeçava junto com o Cachopa, pra mim uma grande escola. O Rezende é sem dúvida um dos grandes nomes do rádio de todos os tempos.

Pois bem, a equipe da CBN migrou para o FM também, para a rádio 104 FM, do Governo do Estado, e eu fui junto como prestador de serviços e apresentador aos domingos. Paralelamente a isso eu fazia a faculdade de RTV e trabalhava no marketing da fábrica da Coca-Cola, até que, em maio de 2003, o Rezende me indicou para a 94 FM. Aí eu conheci o Alex Bachega, diretor artístico da rádio na época, que foi quem me moldou como profissional, com muita paciência e me tornou boa parte do locutor que sou hoje. Na 94 (depois Mega 94) trabalhei com Rogério Salgadinho, Karina Ketty, Edgar Scaff – outro grande professor e amigo, Pedrinho Spina, Jaqueline Santana, Aldeia, Eli Leal, Samy Nayef, Cláudio Torres, Danizinha,Cris,  Tia Hanna, Julio Cesar, Silvio Ferreira, Yan, Reinaldo Ayala, Ricardo Ortiz e mais alguns, na época que a rádio era do grupo Correio do Estado, que tinha jornal impresso, tv (SBT), a Cultura AM e e própria Mega. Depois em 2009, a rádio foi vendida a dois dos sócios do Grupo. Fiquei lá até outubro de 2010, no ar, nos flashes e Coordenando o depto. de Promoções. Em 2011 fui para a Rede MS de rádio e tv, que tem 5 emissoras no MS e a afiliada da TV Record, onde trabalhei com grandes profissionais como: Alcides Bernal, Cícero Matos, Lucas, Serginho Caçula, Flávia Becker, Cazuza, Bio, João Bosco de Medeiros, Lauro Ferrari,  Ionan e Ronaldo Marques. Lá permaneci até a metade do ano passado. Agora trabalho para a RMC, mas essa história com certeza merece um espaço exclusivo para falar dessa experiência que estou vivendo atualmente.

Obrigado pela audiência e pela paciência para você que chegou até aqui. Até a próxima

Mensagem de otimismo do dia 17 de Dezembro

Tudo que você fizer na sua vida faça com prazer. 
Fuja das situações onde você é obrigado a fazer alguma coisa somente para agradar essa ou aquela pessoa, porque no final das contas o grande prejudicado será você.

A mesma regra vale para o trabalho que você arrumou somente para não ficar desempregado, lógico que em tempos difíceis qualquer emprego é melhor que o desemprego, mas isso não significa que você deve aceitar e ficar de braços cruzados esperando por uma nova oportunidade, corra atrás de um novo emprego (na área que você deseja) enviando seu currículo para diversas empresas, conversando com amigos e principalmente, fazendo cursos na área deseja. 

Nos relacionamentos vale a mesma coisa, ficar por ficar, namorar por namorar, é pura perda de tempo. Uma hora um vai se cansar da brincadeira e a verdade que virá, pode acabar prejudicando o que poderia ser uma boa amizade.

Se você vive gostando de quem não gosta de você, trabalha onde não suporta sequer a portaria, estuda onde não consegue respirar, faz um curso porque pagaram pra você fazer, e almoça onde não quer, está na hora de virar a mesa e tomar decisões que levem em conta a sua maneira de ser, o seu jeito de viver e ser feliz. 

Por favor, respeite-se, adore-se, ame-se de verdade e pare de sofrer por antecipação. Ninguém pode fazer por você aquilo que só você sabe que precisa, que deseja e que espera da vida. 

A sorte está lançada, você tem duas opções: ficar parado e reclamando de braços cruzados, ou tomar as rédeas da vida e lutar para conquistar tudo o que você tem direito.

Ser Locutor

 capa

Texto de Héctor Rossi (adaptado)

Para alguns é um sonho a cumprir, para outros um legado, uma profissão escondida. Outros dizem que é um trabalho diário, mas certamente para todos é uma vocação que é realizada na alma.

Porque a voz é o veículo de nossos sentimentos, a nossa voz disse papai, mamãe, com a nossa voz conquistamos o primeiro amor. A nossa voz que usamos para ensinar nossas crianças, com o nosso grito de voz, choramos, dissemos as coisas mais difíceis e mais bonitas.
Só quem vive nesta profissão tem a certeza de que a nossa voz é a ponte entre a nossa alma e o mundo. Então, optamos por ser locutores.
O locutor é capaz de expressar um conselho, uma palavra de incentivo através de um microfone, a chorar com uma interpretação ou obter um riso com atuação e até vender um produto.
Sabemos que em cada frase que você diz, mesmo se estamos lendo um texto escrito por outra pessoa, deixamos algo de nós mesmos. Alguns chamam de “estilo”, outros falam sobre “marca pessoal”. Este anúncio tem o perfil deste ou daquele, mas sabemos que estamos deixando parte de nosso serem cada trabalho.
Então, dói quando não temos nosso devido valor, quando, infelizmente, prejudicam a nossa vocação com atitudes ou decisões que não têm nada a ver com amor, paixão e com a garra que colocamos no nosso trabalho. Mas nós vamos continuar, apesar disso, porque nós não trabalhamos para as emissoras somente, SOMOS falantes, como se algo estivesse impresso em nossos genes, mesmo antes do nascimento.  Não importa se somos ou não de uma família dedicada à comunicação, temos esta missão.
Você, locutor, tente lembrar como você descobriu essa vocação, como estavam os nervos na sua primeira entrada: ansiedade, medo, felicidade. Lembre-se u como foi o dia em que finalmente recebi a notícia de que você entrou numa rádio. Tente capturar aqueles momentos que você tem dentro de você, e não se esqueça, porque essa é a sua essência, que é ser locutor. Agora você pode abrir seus olhos.

Ser locutor é colocar o som da nossa alma para o mundo, através do microfone, quando a luz fica vermelha  e vemos NO AR. Ou ainda quando ouvimos a ordem, ou quando vemos o sinal do operador.
Só nós sabemos o que sentimos nesses segundos divididos, sabemos apenas transformar os nervos iniciais, no gozo mais bonito.
O que afeta, mexe conosco? A certeza de ter um alto-falante conectando-nos com um carinho especial, um ouvinte que se tornou um amigo, um fã, ou talvez,  amigos de fé, daqueles que não podemos ver todos os dias, mas sempre que precisamos estão ali.
Colegas, amigos, profissionais, estudantes dessas áreas ou apenas meninos e meninas que sonham em ter esta profissão, todos nós aqui compartilhamos a mesma vocação, porque SER locutor é, paradoxalmente, para nós, algo que não podemos descrever em palavras, por que não é necessário. Nós sabemos o que significa ser um locutor.